Sinto saudade do tempo de outrora
Daquele em que amanhecia sentindo as mãos de pai puxando o dedão do pé.
Do tempo da infância em brincávamos ingenuamente sob o sol escaldante do campo
Ouvindo os gritos das mães para irmos à sombra
Sinto saudade do tempo, do antanho,
Quando adolescentes junto as primas-amigas saíamos de mãos dadas pelas calçadas, revelando o quão preciosa era a nossa amizade.
Sinto saudade da época em que minhas avós eram vivas
Dando conselhos, acarinhando-nos com seus mimos, presentinhos e comidas.
E, acima de tudo, com amor replicado de mãe para filho.
Sinto saudade quanto antigamente
As minhas professoras afetuosas eram com suas crianças estudantes
Proferindo palavras de estímulos para os seus crescimentos.
Dos amigos de escolas que se agrupavam para estudar autonomamente.
Sinto saudade do passado
Em que os ambientes de trabalho eram colaborativos
Onde juntos somávamos saberes para obtermos maiores conhecimentos.
Estes para uma representação institucional.
Sinto saudade noutrotempo
Em que colegas de faculdade se juntavam para pesquisar, para aprender
Sendo parceiros de classe e da vida.
Sinto saudade do tempo
Em que pessoas queridas, ainda neste plano terreno, estavam sentado à mesa para as refeições, estavam nas rodas de conversas para lembrar fatos, contar piadas, falar sério…
Sinto saudade do tempo em que amar era conjugado com o fervor da alma e o frescor do amanhecer.
Onde as amizades se perduravam no tempo pois respeitavam caminhos e identidades.
Oh, como sinto saudade!
Oh, como vou sentir saudade!
Inclusive deste tempo!
(Robélia Aragão )